Dez coisas que me deixam feliz!
1- Meu filho;
2-meu marido;
3- minha casa;
4- Fazer bonecas;
5- Fazer feira;
6-Rosas;
7-Mar;
8-Costurar;
9- Minhas galinhas!
10 ser eu!
Primeiro dia cumprido!
Dez coisas que me deixam feliz! 1- Meu filho; 2-meu marido; 3- minha casa; 4- Fazer bonecas; 5- Fazer feira; 6-Rosas; 7-Mar; 8-Costurar;...
Dez coisas que me deixam feliz!
1- Meu filho;
2-meu marido;
3- minha casa;
4- Fazer bonecas;
5- Fazer feira;
6-Rosas;
7-Mar;
8-Costurar;
9- Minhas galinhas!
10 ser eu!
Primeiro dia cumprido!
Ana voltou alguns dias mais tarde com pão num saco de pano e algum dinheiro dizendo que foi fácil vender os vestidos.
A pequena foi novamente para a cesta com Joaquim. De repente uma ideia muito louca surgiu.
-Ana cadê o pai dela?
- Morreu , foi a resposta sem emoção.
-E vc vive de que e onde?
- Eu faço faxina nas casas ricas e morro num rancho que foi a única coisa que o infeliz me deixou, mas logo terei que sair, pois não tenho mais marido.
-Sair porque?
- O irmão dele diz que não tenho direito pois só tive uma filha!Pra ficar na casa ele quer vir morar comigo, mas isso eu não quero de jeito nenhum!
- posso resolver isso! vem viver aqui comigo e com Joaquim!
-Não tenho dinheiro pra isso , oque ganho mal da pra comer!
- Mais um motivo pra vir. Tambem não tenho dinheiro mas podemos viver da horta e de faxina se vc me ensinar !
Ana pegou nas minhas mãos passou o dedo pela palma e disse:
Vc nunca limpou nada na vida, Vc estudou né, vejo na sua fala e nos seus modos.
Tio Léo sentado silenciosamente na cadeira de balanço que foi da minha bisa olhava pro nada. Ele sempre foi um mistério pra nos. Mamãe diz que quando ele era jovem ele falava muito mas com o tempo foi ficando assim.
Hoje Mamãe nos deixou subir ao sótão e foi divertido! Haviam muitas caixas, todas com os nomes de parentes antigos.
A caixa com o nome do tio Léo era muito bonita então foi a que escolhemos levar.
Quando a pusemos no colo do tio ele sorriu e disse: Foi minha mãe que fez essa caixa!
A mão magra passou com carrinho sobre a tampa e um silencio esquisito caiu sobre nós!
Debaixo da tampa se escondiam outras caixas menores e potes! Eu escolhi um pote de plastico velho não muito pesado que chocalhava quando o sacudia.
Dentro dele centenas de coisinhas marrons e achatadas chamaram nossa atenção.
O tio pegou na mão e nos contou:
Quando eu era criança minha mãe levou eu o pai de vocês no sitio pra gente catar isso aqui. Sementes de garapuvu uma arvore muito lindas mas que ja não existe mais! andamos pelo pasto catando durante mais de uma hora, depois fomos pra casa e dividimos meio a meio pois a mamãe dizia sempre pra dividirmos! a gente chamava de pataca e brincávamos muito com elas! nem lembrava que as minhas tinham ficado guardadas!
-Tio será que nasce?
- Pois agora quem sabe! faz tanto tempo que não vejo uma arvore de verdade.
Nossa mãe nos olhou com aquilo e disse:quardem essas velharias e vão pra escola!!
Eu fechei o pote não sem antes pegar um punhado das semente e por no bolso!
A mulher do ancinho se chama Ana! Dois dias depois ela me apareceu na porta, com uma trouxa nos braços! dentro do embrulho um Bebe arrulhava como um passarinho curioso.
Maria nascera alguns dias antes da minha chegada durante a primeira noite da tempestade.
Sem cerimonia ela colocou a bebe na cesta junto com Joaquim e pegando num lado da cesta me indicando o outo lado, me convidando pra ir na horta.
As coisas estavam quase do mesmo jeito., mas ela notou logo que eu havia arrancado algum mato.
-Não faça mais isso!! Se esta no mato é nosso, do contrario temos que dividir! Eu já te avisei.
Do bolso do avental tirou varias trouxinha com sementes e começou a pô-las na terra desordenadamente.
-A regra é clara tudo que plantamos aqui tem que ser dividido com a senhora do condado.
- Cuido da horta de Marta dessa forma desde que a lei foi pregada em cada porta daqui!
Com um olhar de cima a baixo a pergunta foi simples:
-Vamos continuar como venho fazendo e divido com vc?!
Essa criatura me deixa confusa mas acho melhor ter algum apoio por aqui, então concordo.
Colhi alguma coisa pro almoço e voltamos pra casa.
Ja dentro da cozinha a conversa foi ainda mais esquisita.
- Vc mexeu na coisa dela la encima!
-É mexi sim, Marta não precisa de nada que achei la, mas eu e Joaquim precisamos de roupa e tudo que tem lá vai nos manter aquecidos nesse inverno.
- Marta tinha roupas boas, separe algumas das melhores que vou vender pra vc ter dinheiro. Vcs não vão consegui viver de cenouras pra sempre.
Depois de uma sopa e alguns minutos enfrente a pilha de roupas que tinha lavado mais cedo. Ana se foi com a bebe e uma trouxa com os melhores vestidos de Marta.
Espero ter feito a coisa certa.
Na primeira trégua da chuva observei o "jardim", misturado as flores da estação vi o que pareciam cebolas, mais adiante cenouras e num canto próximo a mureta de pedras o baraço denunciava batatas, tudo misturado denunciando que a horta havia sido abandonada em meio a produção e continuara a se multiplicar ano após ano de uma forma misteriosa.
Bom pra mim que tinha poucas moedas na bolsa e uma fome imensa dentro de casa.
A lenha amontoada na cozinha seria suficiente para alguns dias então continuei no entorno até uma porta que se abriu com uma das chaves que encontrei no prego acima do fogão.
Uma pá e uma enxada ao lado de alguns baldes me esperavam silenciosos.
Alguém lá encima cuidava de mim!
Ajoelhada no chão tirando cenouras da terra esqueci a vigilância até ser surpreendida pela mulher com ancinho junto ao muro. Não muito mais velha que eu, mas mais desconfiada que eu, me observa.
-Bom dia!
- Quem é vc? - Já vi que ia ser difícil! nem pude responder e a enfiada de palavras foi disparada.
-Como vc entrou na casa de Marta? oque queres aqui? não mexa nas verduras!
- Bem uma coisa de cada vez ! eu disse me levantando e pegando o balde com as verduras e ervas que ja tinha colhido.
-Venha, entre comigo!
Na porta deixei o sapatos e entrei com as verduras em direção a mesa, por sorte quando cheguei pus todas as vasilhas que encontrei na chuva e então tinha alguma água.
Lavei as ervas e pus na chaleira sob o fogo, quando ferveu pus duas xicaras na mesa.
Me sentei e disse :-Pronto agora eu responderei.
- Entrei pela porta da frente com a chave que Marta deixou para meu filho! Então a casa é dele. Viemos viver aqui por isso. E quanto as verduras pelo que vi crescem como mato então posso colher, mas se vc as quer não tem problema podemos dividir.
Ela já tinha observado tudo desde o chão limpo até a panela no fogo com agua pra sopa. Mas só vira o bebe quando eu falei em filho.
Sem me olhar caminhou até a cesta enquanto dizia : Atrás da casa tem um córrego e a agua ainda é boa! O menino sonolento abriu os olhos e sorriu. O sorriso que sempre me salva.
-Soube que havia fumaça na casa e vim verificar. Marta disse que um dia voltaria e como não deixou a chave fiquei esperançosa de que a encontraria aqui.
- Imagine o susto que levei! Pôs a metade do que colhi no regaço do avental e foi pra porta. Ao sair disse-me ainda.
Vamos manter quintal do jeito que esta! A lei aqui diz que metade do que vc planta é do Condado e o que vc colhe no "mato " é tudo seu e saiu pela porta.
O mes passou voando! hoje o ultimo dia !
Vc só é bom naquilo que pratica!
Então pra desenferrujar e esquentar os motores pra pascoa seguem os primeiro trabalhos de 2022:
As festas acabaram. Já começam a pipocar novos casos de covid num reflexo da falta de cuidados. O povo agia como se estivéssemos todos seguros mas infelizmente as coisas estão de tal jeito que as prefeituras estão anunciando o cancelamento do carnaval de rua. Aqui os últimos dias foram de preguiça.
Pouco serviço, dias de pernas pro ar, sombra e agua fresca rsrsrsr.